O Pequeno Príncipe – Filme

outubro 13, 2015

RECOMENDO

Quando recebi o convite de uma amiga para ir ao cinema assistir “O Pequeno Príncipe” pensei, ainda com o telefone no ouvido: será possível produzir algo tão lindo quanto o livro? Será que é possível se surpreender com uma história clássica e que a maioria já conhece tão bem? Fui.



Ao contrário do que imaginei e acredito que muitos também tenham me acompanhado nessa linha de pensamento, o filme não é uma reprodução do livro, mas uma citação que carrega sua essência. Emocionante para quem conhece o enredo e nada confuso para quem nunca o leu.


O filme acontece, na verdade, em torno de uma garotinha com uma mãe super, hiper, mega controladora e sua dedicação para que a filha ingresse em uma conceituada escola a qualquer custo e assim, torne-se uma “ótima” adulta. Como ela não passa no teste, sua mãe parte para o plano “B” e muda-se para uma casa próxima à escola para que sua pequena possa, por direito, frequentar o tal colégio.


Soterrada de afazeres, com horários rígidos e uma programação de estudos a ser cumprida, logo em seu primeiro dia, sozinha em casa, é surpreendida por uma hélice de avião que atravessa o muro e as paredes da casa, deixando um belo rombo por onde passa e causando um baita susto na menina. É neste momento que ela, sem muito contato direto, descobre quem mora ao lado: o aviador. Em pouco tempo tornam-se amigos e o aviador passa a contar a história do Pequeno Príncipe para ela.


Ao entrar pela primeira vez no quintal do excêntrico e simpático aviador, o espectador (no caso eu…rs) é capaz de sentir o enorme contraste entre os estilos de vida e os espaços em que ambos vivem. Adentrar junto com ela no quintal pulsante de energia, colorido e docemente bagunçado é um momento encantado e quase um alívio. 


As casas claramente refletem suas personagens e mais que isso, considerando que todo o bairro é constituído de casas exatamente iguais e muito frias, a dele é a única que se destaca com suas plantas, cores e bagunças. Acredito que podemos entender como um recado ou um questionamento nas entre linhas: todos os adultos tornam-se assim, quadrados, frios e iguais? A vida adulta precisa ser assim? Todos precisam esquecer-se da infância para tornarem-se adultos responsáveis e mergulhados em nada mais além de compromissos, prazos, regras e horários?



O encantamento é constante, me diverti de todas as maneiras. Dei muitas risadas e também gastei muitas lágrimas. A história da amizade entre a menina e o aviador acontece em paralelo com a história do Pequeno Príncipe. Diferenciadas pela técnica de animação; o clássico Pequeno Príncipe é feito em stop motion (nada mais apropriado, é romântico, delicado) e o da garotinha é computadorizado.




As histórias caminham juntas até o ponto em que novas possibilidades sobre o pequeno príncipe são levantadas. O conteúdo principal é, sem dúvida, a morte e o amor. Como lidar com ambos, principalmente a morte. Eu esperava chorar mais no final, imaginei mesmo que algo mais sofrido aconteceria, mas também entendo que a fantasia é a alma dessa história e não seguir por esse caminho, talvez, tenha sido uma maneira mais sensível e delicada de lidar com o assunto. As inseguranças e medos sobre crescer também estão presentes no enredo.


E para quem não sabe, (falei sobre isso aqui) quando criança ganhei o livro “O Pequeno Príncipe” do meu avô, mas em algum lugar entre minha infância a o início da fase a adulta ele sumiu. Não tenho ideia de seu destino, apenas sinto não tê-lo mais por seu valor sentimental e pelo livro também. Por isso, tenho um carinho todo especial pela história e talvez até por isso, eu tenha me emocionado tanto durante o longa.


Para fechar minha falação de hoje (empolguei-me), quero comentar sobre um pequeno detalhe: a raposa, a personagem que ensina o Pequeno Príncipe sobre o que é o amor (tornar-se essencial a alguém) está presente mais do que supomos, a garotinha encontra uma pequena raposa de pano, velha, suja, mas cativante e é com ela em seu braços que a trama segue em frente. 


É minha frase preferida!

E para encerrar:


Ficha Técnica – Filme:

Título: O Pequeno Príncipe
Distribuidor: Paris Filmes
Ano: 2015
Diretor: Mark Osborne (Kung Fu Panda)
Escrito por: Saint-Exupéry
Trilha sonora: Hans Zimmer e Richard Harvey
Música Tema: Somewhere Only We Know (Keane) – Lily Allen
Dubladores na versão original: Benicio Del Toro, Marion Cotillard, Jeff Bridges , James Franco, Rachel McAdams e Ricky Gervais.
Dubladores na versão em português: Larissa Manoela e Marcos Caruso

Beijos, beijos!!!

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