Recomendo

Simplicidade Voluntária – livro

setembro 30, 2015

RECOMENDO

Confesso, tenho um certo receio de emprestar livros. Não é egoísmo, garanto, é mais uma prevenção do que posse. Já emprestei livros antes e, na maioria das vezes, precisei me transformar no pesadelo pessoal de alguém para tê-los de volta. Alguns, nunca mais. Até hoje apelo para digestivos na intenção de me ajudar a aceitar a perda de algo com grande valor emocional. É isso, gente, eu amo livros e mais ainda os meus. Gosto de ler várias vezes em momentos diferentes da minha vida e para isso eles precisam estar lá, na prateleira.


Ainda aceno meu lencinho branco, com o coração apertado e saudoso, para o “Pequeno Príncipe”, que ganhei do meu avô; para “O livro do brigadeiro”, que comprei num rompante e fiquei a ver navios, nunca consegui testar nenhuma receita; e o livro “A Deusa Interior”... ódio mortal de quem levou e nunca devolveu!!! Eu sei, ódio não é um sentimento nobre, mas às vezes sucumbimos, e livros, para mim, são como tesouros a serem descobertos e redescobertos muitas vezes. Me dá nos nervos quem não cuida do livro e mais ainda quem some com eles!!!Arghhh

Bom, mas vamos falar dos corajosos emprestadores de livros. Sim, eles existem, ao menos na minha vida. Talvez porque eu ame tanto livros, as pessoas sentem-se encorajadas em emprestá-los para mim, pois sabem que vou cuidar bem e devolvê-los. Aliás, minha maior preocupação é não ficar tempo demais com o livro emprestado e quando vejo que isso acontecerá, aviso: - Olha, se precisar do seu livro, me avisa que devolvo!!!”.

Hoje, graças a um amigo emprestador de livros – ele quis me emprestar outro, mas pedi um tempo para terminar o que estava comigo – temos o Palavras do Coração de hoje! 

“Simplicidade Voluntária” foi uma agradável descoberta, a descoberta de que não estou sozinha neste planeta sofrido quanto aos anseios de uma vida mais tranquila, com menos pressão, menos cobranças, sem desperdícios, com visões e comportamentos, pensando mais no coletivo do que no individual e escolhas mais conscientes.

É um livro denso em informação e conceitos e vale cada página! Sua primeira edição já fez aniversário de trinta aninhos e continua atual. A edição que chegou as minhas mãos é de 2012 e foi toda revisada, sem perder se quer uma vírgula de sua vitalidade.

O título “Simplicidade Voluntária” remete, em primeiro momento, para um formato de vida materialmente pobre e nada atraente. Duane Elgin apresenta uma visão enriquecedora para a simplicidade, completamente diferente do que a maioria imagina. 

Uma vida simples é construída interiormente através de escolhas e não é preciso viver na área rural para isso, é possível viver de forma simples em plena metrópole. Voltar ao modo de vida primitivo é apenas uma visão distorcida da simplicidade, é mais inteligente apropriar-se de ferramentas e tecnologias atuais para adaptar-se a uma vida mais equilibrada e sustentável.

A solidariedade, o pensamento coletivo, aspectos psicológicos e espirituais, crescimento pessoal, equilíbrio com a natureza, é uma busca comum entre as pessoas que caminham na direção da vida simples.  Foram muitos os depoimentos colhidos pelo autor para documentar, entender e demonstrar diferentes maneiras de viver de forma simples e rica, depoimentos da década de 70 e muitos ainda em conformidade aos dias atuais.  

A simplicidade voluntária requer mudanças em vários níveis. Desenvolver uma forma consciente de vivenciar o dia a dia, sem distrações e concentrar-se no momento, sem perder energia, permitindo que a mente esteja no mesmo lugar que você, é parte do caminho. Revisar conceitos, comportamentos, deixar de nos escravizar por padrões externos e desenvolver a capacidade de reger nossas vidas.]

Valorizar menos questões materiais e dar mais espaço ao que é, muitas vezes, subjetivamente mais importante. Ter consciência de que as mudanças necessárias para um planeta mais saudável e assim, uma vida mais equilibrada, simples e rica, depende muito menos de governos e projetos sociais e muito mais de um comportamento pessoal aplicado ao universo individual. Cada um fazendo e vivendo escolhas em equilíbrio, leva o todo para a mesma direção.

É um livro que merecia um grupo de discussão, tamanho o conteúdo interessante e coerente com as necessidades humanas de nosso tempo.

Ficha técnica
Título: Simplicidade Voluntária
Autor: Duane Elgin
Editora: Cultrix
Páginas: 196 (5º. Edição brasileira 2012)

Você já leu o título de hoje? O que achou? Se não leu, recomendo horrores!!!! 

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Beijos, beijos!!




Decoração

Qual o tamanho ideal do tapete?

setembro 25, 2015

DECORAÇÃO

Decorar é tarefa trabalhosa, mas não impossível. Pesquisar, escolher, combinar é caminho obrigatório para alcançar o resultado esperado. Já comentei na postagem sobre lavabo que sua casa passa mensagens sobre você, sua família e sobre a forma como as pessoas que frequentam seu cantinho serão recebidas. 


Sempre procurando ideias e informações para inspirar o seu dia, hoje vou falar de tapetes e dar continuidade às inúmeras maneiras de “escrever”, com letras bonitas e textos interessantes, a história da sua casa.

Como definir a medida ideal do tapete? 


01- O primeiro passo é ter as dimensões do ambiente, mais especificamente do espaço destinado ao tapete, ou seja, os móveis já devem estar distribuídos para que você visualize a área disponível.


02- Para o living: 
- Some o centro da sala e os centímetros a mais para cada lado do tapete (detalhes mais a frente) para saber o tamanho exato da peça que você precisa.
- Dimensões mais comuns encontradas em grandes lojas: 2,00 x 1,50m e 2,50 x 2,00m. 
- Cuidado para não invadir a circulação. Fica estranho tropeçar na ponta do tapete ao ir de um ambiente ao outro.


03- Para o jantar:
- As cadeiras não devem enroscar no tapete quando a pessoa movimenta a cadeira para se levantar, pode causar um acidente, mas no mínimo, deixará seu convidado um tanto sem graça. 
- Para evitar esse desconforto geral, o espaço mínimo é de 70cm partindo da borda da mesa. Se houver sobra de espaço, 1m é o pulo do gato. 



04- Para o home theater: 
- Se o móvel da TV está apoiado diretamente no piso, mantenha o tapete com folga de 10 a 15cm dele. Fica interessante essa faixa de piso à mostra, principalmente se o seu piso for bonito, como os de madeira. Mas, se sua sala é muito estreita, encostar ajuda a ampliar o espaço.

06- Algumas lojas permitem que você experimente peças in loco para ter certeza de qual escolher. A colher de chá não vale para modelos sob medida.


Dica: Antes de iniciar as compras passeie por aí e dê uma olhada geral nos itens e móveis que chamam sua atenção; assim, se você se apaixonar por um tapete cheio de personalidade pode iniciar a decoração tendo-o como foco principal. Caso contrário, feche a compra do tapete no final da decoração, quando estiver faltando apenas ele e os objetos decorativos, que são realmente, o último estágio do processo.

Devo usar o tapete preso por baixo do sofá ou solto?


01- O ideal é que o tapete incorpore todas as peças do ambiente: sofás, poltronas, mesas laterais. Fica muito mais bonito e harmonioso. As cadeiras não ficam com “degrau” nos pés de trás e o sofá inteiro em cima do tapete setoriza os espaços e fica charmozérrimo. 


02- Se você quer dar a sensação de aconchego, mas não dá pra adquirir o tapete do tamanho perfeito, considere-o passando por baixo do sofá cerca de 20cm e deixe 30cm de sobra de cada lado. Mas, atenção também para a próxima dica, essa logo aí abaixo.

03- Não use tapetes soltos, podem enganchar nos pés de alguém ao levantar e deixam o espaço meio “mirradinho”.

Por enquanto é isso pessoal e vem muito mais por aí sobre tapetes! Dúvidas, sugestões ou se você quiser trocar figurinha, poste nos comentários. 

Espero que as dicas de hoje tenham sido úteis para você e seu cantinho!

Beijos, beijos!!!







Decoração

Tapete – Beleza que se põe no chão

setembro 17, 2015

DECORAÇÃO

Desde séculos atrás, os tapetes estão por aí acolhendo, aquecendo, colorindo, emprestando seu charme para ambientes dos mais simples aos mais requintados. Historicamente vai longe sua utilização e não há registro preciso de seu nascimento, apenas descobertas arqueológicas sobre peças que confirmam seu vasto uso e sua idade avançada, o que só vem comprovar que, tudo o que é bom, mantém-se sem esforço e o tapete reina há muito tempo.


Hoje darei o ponta -pé inicial ao nosso bate papo sobre tapetes. Assunto vastíssimo e que deu uma “trabalheira” para pesquisar e organizar de forma simples e clara. Reuni todas as informações que considero importantes sobre o assunto e cheguei a nada menos que sete páginas de conteúdo... sem imagens! Considerando que tempo é item “faltoso” em nossas agendas, resolvi dividir em várias postagens esse gigante informativo, para que você não perca o pique no meio do caminho. 

Para começar, achei interessante falar sobre o tapete em si, informações simples sobre o que o compõe e como distinguir tapetes fabricados manualmente dos industrializados.


O tapete é composto basicamente de duas partes que se complementam:

A urdidura é o conjunto de fios verticais tensionados entre os dois extremos do tear. As franjas do tapete são os extremos dos fios da urdidura.
A trama é constituída de um ou mais fios transversais (geralmente dois, um frouxo e outro tenso), dispostos entre duas fileiras de nós. A trama serve para apertar os nós em fileiras paralelas e garantir a solidez do tapete. A trama é apertada com um pente especial." (Fonte: Wikipédia)




Para identificar se o tapete é artesanal ou industrializado dê uma olhadinha no verso. As peças produzidas industrialmente possuem cola no lado avesso. Já os artesanais não são perfeitamente simétricos e ocorre leve alteração nos pontos. Os artesanais são sempre mais valorizados.

O tapete delimita o espaço, define onde as pessoas irão estar, aquece o ambiente e dá o acabamento final juntamente com as peças de decoração. Existem diversas maneiras de utilizá-los e muitas regras que ajudam para chegar ao resultado esperado.

Os tapetes podem ser utilizados em toda a casa, mas depende do estilo de vida e das necessidades de cada família. Aqui, vou dar uma prévia sobre o assunto, mas teremos tudo muito mais detalhado no decorrer das postagens sobre tapetes.

Dez dicas rápidas sobre tapetes:


01- Salas de estar: solução acolhedora e charmosa deixa o ambiente convidativo e gostoso de ficar.



02- Sala de Jantar: o uso de tapete neste ambiente desperta divergências quanto aos prós e contras. Há regrinhas importantes a serem respeitadas para um final feliz.


03- Home Theater: uma delicia poder se esparramar em cima de um tapete na hora do filme com pipoca.


04- Hall de entrada: receber bem também é função dele e com personalidade.


05- Hall de circulação: passadeiras ou runners, são tapetes estreitos e compridos que se adéquam bem aos formatos desses ambientes.


06- Banheiros: ao invés daquele tapetinho na saída do Box, uma peça um pouco maior pode ser bem aconchegante, mas se você prefere um ambiente clean, fique apenas com as toalhas de piso mesmo.



07-  Lavabos: se for espaçoso, tapetes pequenos e delicados ajudam a manter a área próxima á pia em ordem e sem respingos. Mas, cuidado na hora da escolha, neutros e discretos são os mais indicados e devem ir à máquina para facilitar a vida. Se o lavabo for pequeno, evite; provavelmente enroscará durante o abre e fecha da porta.


08 - Cozinhas: passadeiras emborrachadas, fáceis de limpar.



09 - Dormitórios: em cidades frias é questão de conforto mesmo. Levantar e colocar os pés quentinhos direto no chão frio é desagradável e nada saudável. Use um tapete retangular no sentido perpendicular á cama, passando por baixo dela e deixando três lados expostos, um de cada lado e nos pés também. É solução chique, mas prepare o bolso, o tapete acaba ficando bem grandinho. Atente para que o tapete incorpore a largura do criado mudo. Se você curte passadeiras, uma de cada lado e outra nos pés da cama também funciona, mas não é todo o mundo que gosta. 

10- Só use tapetes nesses ambientes (banheiro, lavabo, cozinha e sala de jantar) se você realmente curte, ao contrário e se o seu piso é digno de ser contemplado, deixe-o livre e a mostra.

Se você gostou das dicas, abaixo a listinha das postagens que dão continuidade ao assunto, assim você lê quando quiser ou devora tudo de uma vez, vai do tempo disponível e da sua fome de saber!

Beijo, beijo!!

01- Tapete – Beleza que se põe no chão (você está aqui)
02- Dicas para definir o tamanho ideal do tapete 

Dicas sobre o melhor formato e textura para o seu tapete
- Qual formato é a melhor opção?
- De que material e textura escolho o meu tapete?

Dicas de como combinar o tapete
- Como combinar o tapete com outros elementos?
- Com que cor eu vou?

Como utilizar tapetes estampados e como economizar na hora de escolher.
- É complicado utilizar tapetes estampados?
- Dá pra economizar na hora de escolher?
- Não quero me desfazer do tapete, o que faço?





Organização

Sapatinhos de Princesa

setembro 10, 2015

ORGANIZAÇÃO

Já falei dos sapatos masculinos anteriormente, e hoje vou falar dos pezinhos femininos. Naturalmente menores e mais fáceis de organizar.


O segredo, assim como para os dele, é categorizar. Mas, considerando que a parcela feminina da humanidade costuma armazenar um número maior dessas belezas, o problema aqui é a quantidade.  

Por isso, o início de tudo é:

01- Avalie se todos os pares que você tem estão usáveis realmente. Retire todos os que você não usa mais ou porque caiu de moda, não servem, machucam seus pés, já virou o cabo da boa esperança e nem reforma ressuscita, ou comprou em um surto de consumismo causado pela super liquidação do mês, só que não tem nada a ver com você.

02- Despeça-se sem remorsos e faça uma boa ação. Doe todos os que não viraram o cabo da boa esperança. Tem gente precisando que agradece.

03- Faça uma revisão geral e leve os necessitados de um trato ao sapateiro. Manter seus sapatos em dia garante que, justo aquele que você tanto precisava hoje, estará em reais condições de uso. 

04- Separe os sapatos de salto, sapatilhas, sandálias, tênis e deixe-os sempre em grupos.

Na solução abaixo estão todos os de salto, fechados ou abertos. A fileira do fundo é de pretinho básico e a seguinte dos mais claros. Voltados todos com o bico para frente não obriga que a gaveta seja aberta inteira para escolher, a ponta do sapato identifica o modelo.


Muitas outras soluções criativas para inspirar você a dar uma geral caprichada no seu armário!









Espero que a cada dica sobre organização, seu dia fique melhor e mais prático.

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Beijos, beijos

Palavras do Coração

Recomeço sem excessos

setembro 03, 2015

PALAVRAS DO CORAÇÃO

No post “O recomeço” dei uma pincelada sobre as mudanças que ocorreram na minha vida no final de 2013. Apesar de todo o trabalho, o difícil foi mesmo dar o primeiro passo. Decidir mudar o rumo das coisas, da rotina e da vida.



A mudança em si não era exatamente o problema, se passaporte fosse carimbado a cada nova cidade, o meu já estaria precisando se aposentar. Aprendi a lidar com o recomeço e com as coisas e pessoas deixadas para trás e descobri que, mantê-las na sua vida depende da dedicação e vontade de ambas as partes. 

Toda decisão implica consequências e para não surtar, fazendo lista de problemas, comecei a resolver uma coisa de cada vez.

Hoje quero compartilhar com você o que achei uma boa chamar de “rito de mudança”, uma lista das atitudes emocionais e práticas que podem surtir efeito no meio do furacão e que funcionaram para mim naquele momento:

1- Limpeza emocional: primeiro precisei me convencer de que eu não tinha obrigação nenhuma de continuar de mãos dadas com a solidão por imposição social. Morar sozinha não deve ser resultado da auto cobrança e nem da preocupação sobre o que o resto do mundo espera de você. Minha busca profissional deu frutos e já não fazia diferença morar lá ou aqui. Quando entendi isso, a brisa da renovação e da leveza soprou com tanta certeza que se eu pudesse, mudava naquele mesmo segundo.

2- Desapego: olhei a minha volta e o primeiro pensamento foi: onde vou enfiar tudo o que tenho aqui? A primeira ideia foi alugar um espaço tipo depósito e guardar tudo lá. Pensei também em uma casinha baratinha, mas nada disso soava bem. Percebi que precisaria rever minhas prioridades e desapegar. 

Comecei a caminhar pelo apê e fotografar tudo. Medi cada móvel e montei uma planilha no Excel com classificação de prioridade. Marquei o que eu gostaria de manter e o que eu podia doar. Liguei para uma entidade, disponibilizei o que foi possível e nem precisei me preocupar, pois eles mesmos foram buscar.

Os outros móveis foram negociados com a família. Com trena em mãos e muita criatividade, sugeri pequenas mudanças, trocas e locais para cada coisa. Confesso que estava preparada para abrir mão de muito mais. O que sobreviveu, agora tem destino certo e também é útil sem entulhar nenhum canto do novo lar.

3- Mudança: Não fui em busca de transportadoras especializadas, por serem muito mais caras. Essa alteração de rota de vida sem programação pegou-me desprevenida e eu precisava de uma solução mediana. Transportar as minhas coisas de forma que elas chegassem inteiras em seu destino por um custo acessível.  

Quando iniciei a pesquisa, notei que tudo estava muito caro. Eu tinha um valor pré-definido que achava justo pagar e fui atrás disso. Cada empresa apresentou o orçamento a sua maneira. Achei por bem fechar com a que foi mais clara e que também tinha indicação. 

Cada etapa do serviço tinha seu valor indicado e assim consegui fechar o total que estava ao meu alcance, que seria:
- Retirar armários de cozinha e embalar;
- Desmontar cama e embalar;
- Transporte apenas dos móveis maiores, embalados e algumas poucas caixas.

Pequenos móveis e tudo o que tinha dentro dos armários e que eu pudesse transportar sozinha, viajou primeiro. Fiz cinco viagens com o carro abarrotado. A coluna sofreu um pouco e o meu pretinho básico também, mas além de economizar, também pude organizar tudo aos poucos. A cada mudança de formiguinha, tudo era devidamente encaminhado. Até mesmo os pequenos móveis já chegavam com lugar certo para morar, mudança sem bagunça era minha principal meta (olha ela aí!).

Dica: Eu fiz a mudança praticamente sozinha e não sou provida de força física, por isso, ao invés de utilizar as tradicionais caixas de papelão, preferi as sacolas retornáveis (e resistentes) de supermercado. Tenho muitas para nunca esquecer de levá-las às compras e peguei outras emprestadas. O importante era usar as alças como facilitador na hora de tirar as coisas do chão e levar para o carro. As caixas eu teria que abaixar e levantar muitas vezes pela necessidade de apoiá-las por baixo, já as sacolas salvaram minha coluna. O segredo é não deixá-las pesadas demais. Se quiser carregar livros, deixe as sacolas quase vazias, alguns pesam tanto que três volumes já ultrapassam o limite feminino. 

04- Coisas duplicadas: Eu vivia um ir e vir constante, muita coisa era duplicada para facilitar a vida. Mantinha roupas e sapatos que já não curtia muito para não precisar carregar coisa demais na mala... e mesmo assim carregava. Assunto para a próxima!  

A questão é que dois guarda roupas não caberiam em um. Simples, é a lei da física! Dois corpos não ocupam o mesmo espaço e eu tinha que liberar metro quadrado do armário e toda a energia estagnada do que já estava empacado há anos.

A maioria do que eu possuía como apoio para os finais de semana não tinha mais nada a ver comigo. A primeira fase do “desentulhar” foi no “olhômetro” mesmo, tudo o que eu sempre deixava para usar depois, qualquer hora, quem sabe um dia, caiu fora sem discussão. Depois entrei na etapa do “experimentar”, que confesso, não tenho a menor paciência. Então, fiz uma caça às peças do “talvez você ainda me sirva” e montei uma pilha. Todos os dias levava uma peça para o banheiro, após o banho experimentava, serviu fica e vai para o armário. Não serviu, doa. Algumas calças quase serviram e resolvi deixá-las guardadas para incentivar minha busca pela compactação de medidas! Tenho um ano para voltar a entrar nas lindinhas, prazo encerrado, peças doadas.

05- As contas: Mudar de endereço requer muita atenção, porque a mudança em si é trabalho braçal pesado, mas os compromissos financeiros são burocráticos e desgastantes.

Eu mantinha uma lista mensal de contas e vencimentos para controlar tudo sem esquecimentos:
- Aluguel, condomínio, energia, telefone, gás, etc...

Abri uma pasta e nela guardei a ultima conta de cada uma, anotei meus dados e documentos que geralmente são pedidos e liguei para todos. Registrei em cada conta todo o procedimento de finalização de contrato ou cancelamento de serviço que os respectivos atendentes me passaram. Cada um tem seu prazo e processo. Montei uma agenda com as datas para contato considerando o dia previsto para a mudança. Foi trabalhoso, mas deu tudo certo.

06- O dia da mudança: para terminar a mudança, o caminhão contratado, além dos móveis grandes, ficou de levar também algumas caixas de coisas que eu não consegui transportar sozinha. Afinal, fiquei no apê até o último minuto e precisava comer, dormir, tomar banho... não dava para encaixotar, ou melhor, ensacolar tudo e levar embora. Por isso, algumas caixas ficaram para o dia “D” e duas ou três ficaram abertas até o final, esperando o momento certo de saltarem para dentro do caminhão. 

Uma das caixas era de produtos e materiais de limpeza. Por contrato, o imóvel deve sempre ser entregue pintado e exatamente do jeito que estava antes. Para não gastar com pintura, munida de esponja, água, detergente neutro e pano úmido, limpei todas as paredes. O pessoal da mudança nem acreditou. Mas já que comecei, fui até o fim!

A outra caixa era para coisinhas que, por ventura, vão sendo encontradas nos cantinhos esquecidos, como aquelas coisas pequenas que caem atrás das gavetas quando o armário é velho e meio capenga (fazer o quê? Apartamento alugado é assim mesmo!), ou o aparelho telefônico que ficou com linha até poucas horas antes da saída.

A terceira caixa era de coisas de cozinha, louças e alimentos sobreviventes sem refrigeração. Comer era preciso! Por isso, tínhamos nos programado (eu não estava sozinha nesse dia – ainda bem!) para comer coisas que não precisassem esquentar (o fogão foi doado) e nem mantidas na geladeira, pois ela havia sido desligada na noite anterior.

Tudo correu tranquilamente, apesar do cansaço e do calor. Enquanto o pessoal do caminhão pegava estrada (avisaram que iriam parar para comer no caminho) eu dava um pulinho até a imobiliária entregar as chaves para posterior vistoria, e logo após um almocinho rápido, também pegava a estrada para casa.

Enquanto ainda me via envolvida com a atmosfera da antiga morada, sentia certa energia saudosa. Um sentimento de “puxa, isso tudo vai ficar para trás! Não verei mais essa paisagem, nem farei todos os caminhos que já são parte do meu dia a dia”. Apesar de já estar acostumada com mudanças e recomeços, a pontada de nostalgia é inevitável.

Mas, quando me vi na entrada da cidade, nova cede de minha pessoa, soltei um suspiro. Tive certeza de que tinha tomado a melhor decisão.  Sentia-me voltando ao ponto de partida, porém diferente. Outra eu. A que saiu foi em busca de algo e a que chegou trouxe mais do que esperava. Ao mesmo tempo, era como se nunca tivesse saído dali. Como se o tempo não tivesse passado do lado de fora, mas dentro de mim pareciam séculos de distância daquela moça que saiu em busca de tanta coisa.

Se achei tudo o que fui buscar eu ainda não sei, mas descobri que tenho tudo o que preciso. Meu trabalho continua lá, uma conquista que valeu pelos sete anos de conversa comigo mesma. E agora, o recomeço sem excessos é uma meta material, emocional e psicológica. Quero mais leveza, menos estresse, mais prazer no jeito de viver e menos auto cobrança.

Você está de mudança? Organizar é importante, mesmo que a mudança pela qual esteja passando seja emocional. A vida é feita de ciclos e a cada fechamento de um, com certeza, haverá um pequeno terremoto. Aproveite toda e qualquer mudança imposta pela vida, para avaliar, repensar e reinventar...

A vida muda diariamente e você também, mesmo que seu endereço continue o mesmo. 

Beijos, beijos!!!









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