RECOMENDO
Confesso, tenho um certo receio de emprestar livros. Não é egoísmo, garanto, é mais uma prevenção do que posse. Já emprestei livros antes e, na maioria das vezes, precisei me transformar no pesadelo pessoal de alguém para tê-los de volta. Alguns, nunca mais. Até hoje apelo para digestivos na intenção de me ajudar a aceitar a perda de algo com grande valor emocional. É isso, gente, eu amo livros e mais ainda os meus. Gosto de ler várias vezes em momentos diferentes da minha vida e para isso eles precisam estar lá, na prateleira.
Ainda aceno meu lencinho branco, com o coração apertado e saudoso, para o “Pequeno Príncipe”, que ganhei do meu avô; para “O livro do brigadeiro”, que comprei num rompante e fiquei a ver navios, nunca consegui testar nenhuma receita; e o livro “A Deusa Interior”... ódio mortal de quem levou e nunca devolveu!!! Eu sei, ódio não é um sentimento nobre, mas às vezes sucumbimos, e livros, para mim, são como tesouros a serem descobertos e redescobertos muitas vezes. Me dá nos nervos quem não cuida do livro e mais ainda quem some com eles!!!Arghhh
Bom, mas vamos falar dos corajosos emprestadores de livros. Sim, eles existem, ao menos na minha vida. Talvez porque eu ame tanto livros, as pessoas sentem-se encorajadas em emprestá-los para mim, pois sabem que vou cuidar bem e devolvê-los. Aliás, minha maior preocupação é não ficar tempo demais com o livro emprestado e quando vejo que isso acontecerá, aviso: - Olha, se precisar do seu livro, me avisa que devolvo!!!”.
Hoje, graças a um amigo emprestador de livros – ele quis me emprestar outro, mas pedi um tempo para terminar o que estava comigo – temos o Palavras do Coração de hoje!
“Simplicidade Voluntária” foi uma agradável descoberta, a descoberta de que não estou sozinha neste planeta sofrido quanto aos anseios de uma vida mais tranquila, com menos pressão, menos cobranças, sem desperdícios, com visões e comportamentos, pensando mais no coletivo do que no individual e escolhas mais conscientes.
É um livro denso em informação e conceitos e vale cada página! Sua primeira edição já fez aniversário de trinta aninhos e continua atual. A edição que chegou as minhas mãos é de 2012 e foi toda revisada, sem perder se quer uma vírgula de sua vitalidade.
O título “Simplicidade Voluntária” remete, em primeiro momento, para um formato de vida materialmente pobre e nada atraente. Duane Elgin apresenta uma visão enriquecedora para a simplicidade, completamente diferente do que a maioria imagina.
Uma vida simples é construída interiormente através de escolhas e não é preciso viver na área rural para isso, é possível viver de forma simples em plena metrópole. Voltar ao modo de vida primitivo é apenas uma visão distorcida da simplicidade, é mais inteligente apropriar-se de ferramentas e tecnologias atuais para adaptar-se a uma vida mais equilibrada e sustentável.
A solidariedade, o pensamento coletivo, aspectos psicológicos e espirituais, crescimento pessoal, equilíbrio com a natureza, é uma busca comum entre as pessoas que caminham na direção da vida simples. Foram muitos os depoimentos colhidos pelo autor para documentar, entender e demonstrar diferentes maneiras de viver de forma simples e rica, depoimentos da década de 70 e muitos ainda em conformidade aos dias atuais.
A simplicidade voluntária requer mudanças em vários níveis. Desenvolver uma forma consciente de vivenciar o dia a dia, sem distrações e concentrar-se no momento, sem perder energia, permitindo que a mente esteja no mesmo lugar que você, é parte do caminho. Revisar conceitos, comportamentos, deixar de nos escravizar por padrões externos e desenvolver a capacidade de reger nossas vidas.]
Valorizar menos questões materiais e dar mais espaço ao que é, muitas vezes, subjetivamente mais importante. Ter consciência de que as mudanças necessárias para um planeta mais saudável e assim, uma vida mais equilibrada, simples e rica, depende muito menos de governos e projetos sociais e muito mais de um comportamento pessoal aplicado ao universo individual. Cada um fazendo e vivendo escolhas em equilíbrio, leva o todo para a mesma direção.
É um livro que merecia um grupo de discussão, tamanho o conteúdo interessante e coerente com as necessidades humanas de nosso tempo.
Ficha técnica
Título: Simplicidade Voluntária
Autor: Duane Elgin
Editora: Cultrix
Páginas: 196 (5º. Edição brasileira 2012)
Você já leu o título de hoje? O que achou? Se não leu, recomendo horrores!!!!
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Beijos, beijos!!